Saúde
Maior procura por tratamento dentário
A perspectiva da ABIMO é que o setor mundial alcance US$ 15,9 bilhões em 2025
Carlos Queiroz -
Por estética ou necessidade funcional, os implantes dentários estão dentro do grupo de procedimentos que mais crescem no país. Os dados da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratório (ABIMO) apontam que uma média de 800 mil peças para a instalação são produzidas por ano no Brasil. Em contrapartida, a associação também contabilizou que um terço desses produtos são resultado da pirataria - o que pode causar graves infecções nos pacientes.
Além da qualidade do material escolhido, a qualificação do profissional contratado é um dos principais aspectos a serem observados, destaca o especialista em implantes e próteses dentárias, Tiago Zambenedetti. Para iniciar o tratamento, existem algumas contraindicações, mas a idade do paciente não é uma delas. Uma consulta inicial, exames radiográficos e tomografia computadorizada são os requisitos iniciais para que o dentista consiga analisar o caso. Entre as contraindicações, os pacientes em tratamento de quimioterapia e radioterapia, usuários de medicamentos com bifosfonatos - relacionados a osteoporose -, dependentes químicos e com diabetes não controlado são exemplos.
A recuperação do tratamento é curta, assegura Zambenedetti. "O máximo é uma semana de repouso". Assim como lembra o especialista, cada caso é único e por isso o tempo para a recuperação é diferente à cada paciente. As principais recomendações são em função da higienização dentária bem feita, por meio da escova de dentes e fio dental, e diminuição de atividades físicas após o procedimento. Também, é preciso ficar atento aos materiais piratas. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), uma forma de identificar as falsificações é analisando as embalagens, que precisam estar etiquetadas de rastreio, informações como data de fabricação e validade, número do lote e registro do órgão.
Cada caso é único
Os valores para o tratamento podem variar entre R$ 1,5 mil e R$ 5 mil, e o que diferencia o preço são os materiais utilizados e as características do paciente, afirma Zambenedetti. Em casos de necessidade de utilizar enxerto ósseo, por exemplo, o custo é mais alto e o tempo de recuperação também - são esses os casos que precisam de uma semana de repouso e alimentação diferenciada.
Com o crescimento da procura pelos implantes dentários, o mercado passa por uma ascensão: a Abimo prevê que o aumento da procura, em vista do setor mundial, arrecadou cerca de US$ 3,2 bilhões, escala de 2010, e a perspectiva é que alcançará US$ 15,9 bilhões em 2025.
Saiba mais
- Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) apontam que 16 milhões de brasileiros vivem sem nenhum dente. Segundo Tiago Zambenedetti, para esses casos são recomendadas próteses completas da arcada dentária, podendo ser fixas ou móveis.
- Ainda segundo o IBGE e o Ibope, uma parcela de 39 milhões da população usa próteses dentárias. A faixa etária desses casos fica entre 25 e 44 anos.
- O estudo Percepções Latino-americanas sobre Perda de Dentes e Autoconfiança fez um levantamento, em 2018, e apurou que a perda de dentes é o segundo fator que mais prejudica a qualidade de vida de pessoas entre 45 e 70 anos. A pesquisa entrevistou 600 latino-americanos, dos quais 151 eram brasileiros.
- Segundo a pesquisa sobre autoconfiança: 52% dos entrevistados disseram que a perda de dentes deixou a aparência do seu rosto pior; 43% afirmaram que a perda de dentes lhes atrapalha namorar ou paquerar; e 21% disseram que a condição lhes impediu de fazer novos amigos. Sobre autoestima e fala, 38% dos entrevistados manifestaram se sentirem mais inseguros para ir a festas e eventos sociais; e 41% relataram mais dificuldade na pronúncia das palavras após a perda de dentes.
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